domingo, 11 de setembro de 2016


Yakuza – A mafia japonesa

Yakuza é o nome da maior facção criminosa do Japão e do mundo também conhecida como Gokudo.
Existem mais de 103 mil membros espalhado pelo mundo. Para a polícia e imprensa, esta organização criminosa é chamada de Boryokudan, cujo significado é Grupo de Violência, mas os membros costumam referir-se como Ninkyo Dantai, que significa Organização de Cavalheiros”.
Os yakuza possuem um código de conduta e são muito organizados como os antigos samurais. 
Seus membros seguem um código de regras baseados na lealdade e fidelidade e possuem algumas obrigações como não esconder dinheiro do grupo, não procurar a polícia e nunca desobedecer a ordem de um superior.
Acredita-se que a yakuza surgiu em meados do período Edo (1603 – 1868). Eles eram divididos em 2 grupos oTekiyaque vendiam bens ilícitos, roubados ou de má qualidade; e os Bakuto, que se envolviam ou participavam de jogos de azar.
O nome Yakuza deriva da junção de Ya-Ku-Za (que significa 8-9-3). A sequência numérica é considerada o pior tipo de mão em um jogo de baralho típico japonês.
A máfia japonesa está envolvida em crimes de extorsão, prostituição, jogos de azar, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas, e crimes do colarinho branco mais sofisticados.
De acordo com um relatório da Agência Nacional de Polícia, no ano de 2014, foram presas mais de 22 mil pessoas ligadas a grupos yakuza no Japão.
Não há dados oficiais sobre os valores movimentados pela máfia japonesa, mas estimativas é que a mafia japonesa movimenta “bilhões de dólares” por ano de forma ilegal.
Durante a formação da yakuza, eles adotaram a estrutura hierárquica japonesa tradicional de oyabun-kobun (kobun - filho adotivo) deve a sua lealdade ao oyabun (pai adotivo).
Em um período posterior, o código de jingi (justiça e dever) foi desenvolvido com a lealdade e o respeito sendo um estilo de vida. A imagem abaixo mostra esta hierárquica:
Há muitas famílias Yakuza espalhadas pelo Japão.
Quando um yakuza comete algum delito ou quer demonstrar arrependimento, ele amputa o próprio dedo em um ritual chamado “yubitsume”.
Yubitsume ou o corte do dedo de alguém, é uma forma de penitência ou pedido de desculpas. Após uma primeira ofensa, o transgressor deve cortar a ponta de seu dedinho esquerdo e dar a parte cortada para seu chefe.[
Sua origem deriva a maneira tradicional de segurar uma espada japonesa. Os três dedos menores de cada mão são usados para segurar a espada com força, com o polegar e o indicador levemente soltos.
A remoção dos dedos começando com o dedinho e indo até o indicador progressivamente enfraquecem a mão de um espadachim.
A ideia é que uma pessoa que não consegue segurar a espada firmemente necessita confiar mais no grupo para ter proteção – reduzindo ações individualistas.
Muitos yakuza possuem o corpo cheio de tatuagens. Essas tatuagens, conhecidas como irezumi, são frequentemente feitas à mão, isto é, a tinta é inserida abaixo da pele usando ferramentas manuais não elétricas com agulhas de bambu ou aço. O procedimento é caro, dolorido e pode demorar anos para se completar.
Quando membros da yakuza jogam cartas uns com os outros, eles normalmente retiram suas camisetas ou abrem-nas e amarram-nas na cintura. Isto lhes permite exibir suas tatuagens aos outros.
Este é um dos únicos momentos em que os membros da yakuza exibem suas tatuagens aos outros, visto que eles costumam mantê-las escondidas ao público com camisas de manga cumprida e gola alta.
A yakuza é considerada uma organização semi-legitimada e eventualmente ajudam outras pessoas. Ex: após o Terremoto de Kobe, a Yakuza mobilizou-se para fornecer serviços de socorro (incluindo o uso de um helicóptero) e isto foi amplamente noticiado pela mídia como uma contradição com a resposta muito mais lenta do governo japonês. 
A yakuza repetiu seu auxílio após o terremoto e tsunami em Tohoku, em 2011, com grupos abrindo seus escritórios para refugiados e enviando dezenas de caminhões com suprimentos para áreas afetadas.
Muitas organizações yakuza, com o Yamaguchi-gumi, oficialmente proíbe seus membros de se envolverem em tráfico de drogas.
Eles realiza grandes investimentos em empresas conhecidas e legítimas, também tem laços com o mercado imobiliário e bancos.
Muitas vezes participam de festivais locais, como o Sanja Matsuri, onde eles carregam um santuário pelas ruas exibindo suas tatuagens elaboradas. As vezes eles fazem festas para crianças, ou participam em festivais montando suas próprias barracas.
Por uma questão de princípio, o roubo não é reconhecido como uma atividade legítima da yakuza. Isto está em linha com a ideia de que as atividades deles são semiabertas; o roubo, por definição, seria uma atividade covarde. 
Atividades centrais, como o merchandising, agiotagem ou administração de casas de apostas são normalmente gerenciadas por membros de fora da yakuza, que pagam taxas de proteção por suas atividades.
Ironicamente, Kobe, o lar do maior sindicato yakuza, o Yamaguchi-gumi, é uma das cidades mais seguras do Japão, pois os criminosos mais simples, tais como guangues de rua e trombadinhas, com medo de atrair a atenção da yakuza e sofrerem represálias não atuam na cidade.
A atividade da yakuza nos Estados Unidos é mais concentrada no Havaí, mas eles também marcam presença em outras partes do país, especialmente em Los Angeles e na Baía de São Francisco bem como Fresno, Raleigh, Houston, Oregon, Denver, Chicago E New York.
Fala-se que a yakuza usa o Havaí como uma estação intermediária entre o Japão e o continente americano, traficando metanfetamina para dentro dos Estados Unidos e traficando armas de fogo para dentro do Japão.
Eles facilmente se misturam à população local, visto que muitos turistas do Japão e de outros países asiáticos visitam as ilhas e que há uma grande população de residentes que são completa ou parcialmente descendentes de japoneses.
Os yakuzas são representados principalmente na série de jogos Grand Theft Auto, aparecendo em GTA 2, 3, Advance e Liberty City Stories.
Em todas as suas aparições seu oyabun é Asuka Kasen, e o wakagashira Kenji Kasen. No jogo, Yakuza é o nome usado para se referir a gangue, embora o termo é normalmente usado para se referir aos membros da organização em geral.
A série de jogos Yakuza da Sega, protagonizada pelo ex-yakuza Kazuma Kiryu, representa o submundo japonês com uma fidelidade reconhecida por yakuzas reais.
Mal comparando, até porque o sistema organizacional Yakuza é infinitamente superior, eles lembram muito as organizações criminosas brasileiras ligadas com o narcotráfico.

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