Yakuza – A mafia japonesa
Yakuza é o nome da maior facção
criminosa do Japão e do mundo também conhecida como Gokudo.
Existem mais de 103 mil membros
espalhado pelo mundo. Para a polícia e imprensa, esta organização criminosa é
chamada de Boryokudan, cujo significado é “Grupo de Violência”, mas os membros costumam referir-se
como Ninkyo Dantai, que significa “Organização de Cavalheiros”.
Os yakuza possuem um código de conduta e são
muito organizados como os antigos samurais.
Seus membros seguem um código de regras baseados na
lealdade e fidelidade e possuem algumas obrigações como não esconder dinheiro
do grupo, não procurar a polícia e nunca desobedecer a ordem de um superior.
Acredita-se que a yakuza surgiu
em meados do período Edo (1603 – 1868). Eles eram divididos em 2 grupos
oTekiya, que vendiam bens ilícitos, roubados ou de
má qualidade; e os Bakuto, que se envolviam
ou participavam de jogos de azar.
O nome Yakuza deriva da junção de Ya-Ku-Za
(que significa 8-9-3). A sequência numérica é considerada o pior tipo de mão em
um jogo de baralho típico japonês.
A máfia japonesa está envolvida em crimes de
extorsão, prostituição, jogos de azar, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e
drogas, e crimes do colarinho branco mais sofisticados.
De acordo com um relatório
da Agência Nacional de Polícia, no ano de 2014, foram presas mais de
22 mil pessoas ligadas a grupos yakuza no Japão.
Não há dados oficiais sobre os valores movimentados
pela máfia japonesa, mas estimativas é que a mafia japonesa movimenta “bilhões
de dólares” por ano de forma ilegal.
Durante a formação da yakuza, eles adotaram a
estrutura hierárquica japonesa tradicional de oyabun-kobun (kobun - filho adotivo) deve a sua lealdade ao oyabun (pai adotivo).
Em um período posterior, o código de jingi (justiça e dever) foi desenvolvido com a
lealdade e o respeito sendo um estilo de vida. A imagem abaixo mostra
esta hierárquica:
Há muitas famílias Yakuza espalhadas pelo Japão.
Quando um yakuza comete algum delito ou quer
demonstrar arrependimento, ele amputa o próprio dedo em um ritual chamado
“yubitsume”.
Yubitsume ou o corte do dedo de alguém, é uma forma de penitência ou pedido de desculpas.
Após uma primeira ofensa, o transgressor deve cortar a ponta de seu dedinho
esquerdo e dar a parte cortada para seu chefe.[
Sua origem deriva a
maneira tradicional de segurar uma espada japonesa. Os três dedos menores de
cada mão são usados para segurar a espada com força, com o polegar e o
indicador levemente soltos.
A remoção dos dedos
começando com o dedinho e indo até o indicador progressivamente enfraquecem a
mão de um espadachim.
A ideia é que uma pessoa que não consegue segurar a espada
firmemente necessita confiar mais no grupo para ter proteção – reduzindo ações
individualistas.
Muitos yakuza possuem o corpo cheio de tatuagens.
Essas tatuagens, conhecidas como irezumi, são frequentemente feitas à mão, isto
é, a tinta é inserida abaixo da pele usando ferramentas manuais não elétricas
com agulhas de bambu ou aço. O procedimento é caro, dolorido e pode demorar
anos para se completar.
Quando membros da yakuza jogam cartas uns com os
outros, eles normalmente retiram suas camisetas ou abrem-nas e amarram-nas na
cintura. Isto lhes permite exibir suas tatuagens aos outros.
Este é um dos únicos momentos em que os membros da
yakuza exibem suas tatuagens aos outros, visto que eles costumam mantê-las
escondidas ao público com camisas de manga cumprida e gola alta.
A yakuza é considerada uma
organização semi-legitimada e eventualmente ajudam outras pessoas. Ex: após o
Terremoto de Kobe, a Yakuza mobilizou-se para fornecer serviços de socorro
(incluindo o uso de um helicóptero) e isto foi amplamente noticiado pela mídia
como uma contradição com a resposta muito mais lenta do governo japonês.
A yakuza repetiu seu auxílio após o
terremoto e tsunami em Tohoku, em 2011, com grupos abrindo seus escritórios
para refugiados e enviando dezenas de caminhões com suprimentos para áreas
afetadas.
Muitas organizações yakuza, com o Yamaguchi-gumi,
oficialmente proíbe seus membros de se envolverem em tráfico de drogas.
Eles realiza grandes investimentos em empresas
conhecidas e legítimas, também tem laços com o mercado imobiliário e bancos.
Muitas vezes participam de festivais
locais, como o Sanja Matsuri, onde eles carregam
um santuário pelas ruas exibindo suas tatuagens elaboradas. As vezes eles fazem
festas para crianças, ou participam em festivais montando suas próprias
barracas.
Por uma questão de princípio, o roubo não é
reconhecido como uma atividade legítima da yakuza. Isto está em linha com a
ideia de que as atividades deles são semiabertas; o roubo, por definição, seria
uma atividade covarde.
Atividades centrais, como o merchandising,
agiotagem ou administração de casas de apostas são normalmente gerenciadas por
membros de fora da yakuza, que pagam taxas de proteção por suas atividades.
Ironicamente, Kobe, o lar do maior
sindicato yakuza, o Yamaguchi-gumi, é uma das cidades mais seguras do Japão,
pois os criminosos mais simples, tais como guangues de rua e
trombadinhas, com medo de atrair a atenção da yakuza e sofrerem represálias não
atuam na cidade.
A atividade da yakuza nos Estados Unidos é mais
concentrada no Havaí, mas eles também marcam presença em outras partes do país,
especialmente em Los Angeles e na Baía de São Francisco bem como Fresno, Raleigh, Houston, Oregon, Denver, Chicago E New York.
Fala-se que a yakuza usa o Havaí como uma
estação intermediária entre o Japão e o continente americano, traficando metanfetamina para
dentro dos Estados Unidos e traficando armas de fogo para dentro do Japão.
Eles facilmente se misturam à população
local, visto que muitos turistas do Japão e de outros países asiáticos visitam
as ilhas e que há uma grande população de residentes que são completa ou
parcialmente descendentes de japoneses.
Os yakuzas são
representados principalmente na série de jogos Grand Theft Auto, aparecendo em
GTA 2, 3, Advance e Liberty City Stories.
Em todas as suas
aparições seu oyabun é Asuka Kasen, e o wakagashira Kenji Kasen. No jogo,
Yakuza é o nome usado para se referir a gangue, embora o termo é normalmente
usado para se referir aos membros da organização em geral.
A série de jogos Yakuza da Sega, protagonizada pelo
ex-yakuza Kazuma Kiryu, representa o submundo japonês com uma fidelidade
reconhecida por yakuzas reais.
Mal comparando, até porque o sistema
organizacional Yakuza é infinitamente superior, eles lembram muito as organizações
criminosas brasileiras ligadas com o narcotráfico.
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